Portugal vive hoje um dos momentos mais difíceis da sua história recente, enfrentando um dos maiores desafios sociais e económicos das últimas décadas: a espiral vertiginosa das rendas. Esta realidade não é apenas uma questão de números, mas de pessoas que estão a ver a sua qualidade de vida esmagada pela incapacidade de acompanhar o aumento do valor das rendas das casas.

Todos sabemos a relevância incontornável que a habitação tem na nossa sociedade. Reflexo disso é o intenso debate que tem sido desenvolvido em torno deste setor, ao longo dos últimos meses. Um debate intenso e que tem envolvido diferentes stakeholders e, ao mesmo tempo, tem exposto os seus diversos desafios. São, por isso, necessárias medidas profundas, refletidas e ponderadas.

O nosso voto é pessoal, intransmissível, utilizável em espaços temporais muito alargados e tem muito mais valor do que quase todos imaginamos. Talvez por isso ainda haja tantas pessoas a desperdiçarem o seu. O seu valor começa a ser reconhecido quando notáveis líderes e governantes, sem reservas, começam a evidenciar o seu reconhecimento pelo valor do nosso voto.

“Estes programas devem ser adaptados para responder às necessidades atuais do país”

“É fácil cair no erro de generalizar a partir de experiências individuais ou de informações pontuais”

As medidas que constam do pacote “Mais Habitação” têm vindo a ser, desde o seu anúncio, dissecadas pelos especialistas, e permitiram que a generalidade das pessoas chegasse a uma conclusão: grande parte delas não vai contribuir para trazer mais habitação, não é exequível, e inclusivamente, poderá ter consequências opostas ao pretendido. A dois dias de serem discutidas no Parlamento, podemos recordar o real efeito de algumas das medidas que geraram mais polémica.