Nos últimos sete anos, fomos regularmente confrontados com estudos que apontam, ora para uma “bolha”, ora para a sobrevalorização dos imóveis.

Ao fim de mais de uma década de suspensão temporária da transição dos contratos de arrendamento anteriores a 1990 para o Novo Regime do Arrendamento Urbano (NRAU), o congelamento vai tornar-se definitivo. A Ministra da Habitação afirma que a medida faz parte do pacote legislativo "Mais Habitação" e adianta que está “prevista uma compensação a ser paga aos senhorios, cuja fórmula de cálculo ainda está a ser estudada”.

O Primeiro-Ministro António Costa, acompanhado pelos ministros das Finanças e da Habitação, apresentou o tão esperado “pacote” para o setor: “Mais Habitação”, assim designado.

A crise habitacional em Portugal está toda ela envolta num facto pragmático, que muito mais do que interpretações de teor ideológico, precisa de caracterização objetiva e respetivas propostas de soluções. Um abismo muito grande separa os rendimentos da população dos elevados preços das casas, uma discrepância que lança um véu sombrio sobre o futuro das gerações mais jovens, cujas vidas se veem hipotecadas pela impossibilidade de arrendar uma habitação.

Nos últimos anos é raro o mês em que não surge uma nova empresa atualmente batizadas de “start-up” e com nome de família “proptech” o qual deriva de soluções tecnológicas (technology) para propriedades (property). Dos serviços mais elementares de assinaturas eletrónicas e digitalização documental, a “bots” interpretativos de documentação, “tokenização” de ativos imobiliários, passando pelos agregadores de “leads” (contactos), todos com o legitimo objetivo de revolucionar transações imobiliárias trazendo mais transparência, mais rapidez, mais autonomia, mais, etc.

Esperamos que as medidas a ser anunciadas relativas ao travão às rendas, que vamos conhecer esta semana em Conselho de Ministros, nos mostrem que as ambições do Governo conseguem ser mais do que mera retórica.