92% das casas que se transacionam num ano em Portugal são usadas e quem as vende são maioritariamente (93,8% portugueses e 6.2% estrangeiros, segundo dados do INE de junho) os portugueses.

As eleições legislativas de 2025 abriram um novo ciclo político em Portugal, marcado por incertezas e por uma forte expectativa de mudança em áreas estruturais para o país. 

Ouvimos, este fim de semana, a responsável de uma força política fazer duas considerações sobre a habitação, entre as quais a de que é necessário baixar os preços das casas, e para que isso aconteça é necessário impedir os estrangeiros de comprar casa em Portugal. Esta mensagem provocou-me claramente uma sensação de medo.

“O crescimento populacional desde 2019 só tem sido possível graças à presença dos imigrantes”

Todos aguardávamos o programa do novo Governo, e quais as medidas que respeitam às políticas de habitação. Anunciado no início desta semana, o programa apresenta-se estruturado e claramente orientado para o aumento da oferta habitacional, precisamente aquilo de que mais precisamos. A preocupação com o estímulo à oferta privada, ao investimento em parcerias público-privadas e à recuperação de imóveis públicos devolutos revela uma abordagem realista e totalmente dentro do contexto atual.

O debate sobre a construção de um país mais moderno e eficiente é vital para o futuro de Portugal. As soluções propostas atualmente não estão totalmente direcionadas para os pontos mais críticos. E porquê?